1. Em que período e de que maneira a experiência com planejamento foi
aprofundada no Brasil?
Na década de 1940 com estímulo do
pós-guerra pela ONU. Mas, a partir dos anos 50 surgiram no Brasil sucessivas
experiências de planejamento no âmbito federal. Exemplo: O bem sucedido Plano
de Metas do governo JK. O planejamento foi aprofundado no Brasil durante a
Ditadura Militar em virtude dos sucessivos planos autoritários, centralizadores
e economicamente concentradores que foram formulados e implementados nos
governos militares a partir de 1964. De caráter demagógico e manipulador assim
foi o planejamento dos militares.
2. Diz-se que todas as decisões têm um custo e que, se equivocadas,
demandam a absorção de custos de oportunidade econômicos e políticos. Explique
isso.
É um princípio básico da ação humana,
da atuação das organizações e também do PEG. As decisões incorporam ônus,
quando tomadas num âmbito inseguro e suscetível de intervenções autoritárias,
sucumbem num ciclo de relações de força do poder econômico-político que geram
conflitos interpessoais em detrimento do sucesso almejado.
3. Como pode ser definido o Estado Necessário?
Estado Necessário é o posicionamento
estatal a fim de transformasse num estado capaz de atender às demandas oriundas
do estado herdado, bem como fazer emergir e satisfazer as demandas da maioria
da população que hoje vivem à margem da sociedade capitalista. Esse estado deve
alavancar o atendimento das demandas, projetando o país numa rota de leve a
estágios civilizatórios superiores.
4. Faça uma distinção entre o Estado Herdado e o Estado Necessário.
O Estado Herdado é atual configuração
do Estado Brasileiro e provém do período militar onde os governos mantiveram
uma relação com o estado autoritário, centralizador e repressivo, pois,
associava o patrimonialismo e autoritarismo com clientelismo, que se tornou
disfuncional por reprodutor a desigualdade social. Já o Estado Necessário
atende às premissas de participação, transparência e efetividade no poder
público, defende o controle da sociedade sobre o processo de privatização
emanado aos direitos de cidadania, a fim de satisfazer as necessidades sociais
com eficiência, para isso ocorrer será imprescindível capacitar os gestores.
5. O administrador público deve priorizar a eficácia administrativa,
políticas sociais, ou ambas?
Ambas. São duas habilidades básicas
do gestor: Dominar os aspectos teóricos e práticos do processo de elaboração
das políticas públicas a ponto de serem capazes de utilizá-los como ferramentas
da mudança social, econômica e política; e atuar de maneira eficiente no seu
dia a dia a ponto de se fazerem com que a estrutura que corporificam o Estado
seja cada vez mais eficaz no uso dos recursos que a sociedade lhe faculta e que
produza impactos crescentemente efetivos. A fim de promover as mudanças
necessárias para responder às demandas da classe trabalhadora, promovendo o
avanço da democracia e desestimulando a concentração de renda que é fator
asfixiador do desenvolvimento social.
6. Qual é o objetivo precípuo da Administração Pública? Explique.
O objetivo precípuo da Administração Pública
era executar da melhor forma possível, segundo critérios de otimização,
autocontidos, incrementais e que não ensejavam questionamentos de tipo político
ou socioeconômico mais amplos, as decisões tomadas pelos governos. É inviável dissociar
o político do administrativo, pois, dificilmente atenderia o desejo da maioria.
A existência do conflito é necessária a fim de estudar o processo de tomada de
decisão.
7. Quais são as perguntas fundacionais que orientaram o movimento da
insatisfação com o planejamento governamental tradicional?
·
Quais são os grupos que realmente conformam a agenda de decisão mediante
sua capacidade de transformar ( e travestir) seus problemas privados em
assuntos públicos, em questões de interesse do Estado, sobre os quais ele deve
atuar?
·
E mais do que isto, como fazem para impedir que outros assuntos de
outros grupos sociais não sejam incorporados à agenda fazendo com que ela fique
restrita a assuntos sobre os quais têm controle?
·
Que procedimentos usam e de que mecanismos do próprio aparelho de Estado
– legítimo e a eles acessíveis por direito – se utilizam para fazer com que os
assuntos que logram colocar na agenda sejam decididos e implementados de acordo
com seus interesses?
8. O que é análise de políticas?
Um importante estudo complexo,
dinâmico e mutante que exige uma amplitude de conhecimentos e dados empíricos
do estudioso a fim de compreender o que fazem os governos, como e porque fazem,
tem haver com a capacidade do sistema político para tomar decisões que resolvam
os inúmeros e contraditórios problemas colocados pela sociedade.
9. É possível se fazer mais de um diagnóstico da realidade do ambiente
para o qual se faz um planejamento estratégico?
Sim é possível. Pois enfatiza que os
vários atores explicam ou fazem recortes interessados da realidade, a partir de
suas situações particulares e sempre voltados para a ação. Não é possível,
nunca, um conhecimento fechado, uma verdade acabada sobre a realidade.
10. Em que se diferenciam os planejamentos estratégicos empresarial e
governamental?
O Planejamento Estratégico corresponde ao estabelecimento
de um conjunto de providências a serem tomadas pelo gestor para a situação em
que o futuro tende a ser diferente do passado. O Planejamento
Estratégico Governamental visa atender as demandas sociais em serviços e bens
públicos de maneira efetiva. Para isso, a entidade pública como um todo define
“aonde se quer chegar” e depois se estabelece “como a entidade está para se
chegar na situação desejada”, ou seja, o planejamento é um instrumento
utilizado para transformação do Estado herdado em Estado Necessário. Já o planejamento estratégico empresarial é um processo gerencial que diz respeito à formulação de objetivos para a
seleção de programas de ação e para sua execução, levando em conta as condições
internas e externas à empresa e sua evolução esperada. Também considera
premissas básicas que a empresa deve respeitar para que todo o processo tenha
coerência e sustentação.
11. Qual é o foco da ação estratégica?
É a mudança social da
máquina pública, no sentido de torná-la não apenas eficiente, mas também eficaz
e passível de controle social, pois há a necessidade de um enfoque político e estratégico.
O foco da ação estratégica é abarcar a compreensão da complexidade dos
processos de mudança (resistências/conflitos), ressaltando as condições de
incerteza e mudanças constantes presentes no contexto ambiental, ou seja, os
obstáculos a vencer e apontando o componente político- estratégico como
essencial, bem como pelo papel da inovação e criatividade, imprescindíveis ao
atual cenário de incertezas e mudanças intensas.
12. É possível, para uma
mesma situação, termos explicações diferentes? Se sim, qual a razão disto?
Sim. Porque a realidade
é contínua e possui forças adversas, com isso sofre mudanças constantemente,
sendo necessário o acompanhamento de toda a conjuntura a partir do diálogo do
conhecimento da realidade com as perspectivas resolutivas da ação.
13. O que pode um ator
social fazer no "jogo social"?
Incorporar seus
interesses específicos e explicação da realidade. Nesse cenário de relação de poder, os atores são
entendidos como portadores de "interesses, visões e preconceitos", que
agem com base em uma orientação interna e não de um cálculo exclusivamente
instrumental, seus propósitos não são coincidentes, são adversos e até
oponentes, afinal o jogo social possui um final aberto, pois o resultado da
interação dos atores não é determinado inicialmente.
14. Quais são as
características do "jogo social"?
O jogo social se desenvolve com base nas
características: Não há começo nem término; Os jogadores podem ser atores ou
espectadores; Os jogadores têm diferentes percepções dos problemas; O jogo é
recursivo e multidimensional, pois cada jogo envolve subjogos menores que se
processam em múltiplos planos; O jogo é difuso, dificultando o cálculo dos
riscos. A moeda do jogo sempre será o poder. Por fim, o jogo social compreende
a totalidade dos atores, de modo que os governantes e os administradores
públicos também precisam aprender a jogar.
15. O que são nós
críticos? Explique.
Os Nós
críticos são os problemas cruciais do planejamento situacional segundo Matus,
eles permitem estabelecer as operações que, em diferentes cenários, levam à
mudança de situação inicial em direção à situação objetivo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
O conhecimento deve ser sempre compartilhado.