Análise crítica do
período do milagre econômico brasileiro, considerando o modo como ele foi
construído e os resultados alcançados
Inicialmente vamos salientar que o Golpe
de Estado de 1964 foi alimentado pela renúncia de Jânio Quadros em 1961, a
posse de João Goulart, que ficou no governo até o golpe, em virtude dos altos
índices de inflação, que chegou a 78%, bem como, a estagnação do crescimento
econômico com apenas 0,6%. O fato é que o Regime Militar alavancou o
crescimento econômico às duras custas: endurecimento em relação às liberdades
políticas e de manifestações. Socialmente foi um grande retrocesso. Vamos
entender por quê?
Desde
o Governo Castelo Branco, procurou-se ajustar as contas públicas e controlar a
inflação, o PAEG visou reduzir as despesas públicas e controlar rigidamente a
emissão de moeda. Seguindo a teoria monetarista houve uma presença menor do
setor público na economia. Desta feita, os Governos Costa e Silva e Médici,
apostaram em reformas estruturais. O período conhecido como “Milagre Econômico”,
principalmente a partir de 1973, tratou de alavancar o crescimento do PIB e a
redução satisfatória da inflação, para isso possibilitou a criação de empresas
de administração indireta, o que permitiu menos burocracia e mais velocidade no
atendimento ao crescimento econômico. Surgiram a Embraer, Telebrás, Embrapa e
Embratel. Também foram construídas rodovias e ferrovias permitindo a expansão
das fronteiras do desenvolvimento. No
entanto, durante este período foram realizadas a maioria das prisões, torturas
e assassinatos de opositores do regime militar. Muita repressão política,
proibição de manifestação popular, dentre outras atrocidades antidemocráticas e
repressivas. O crescimento econômico
pode até ter melhorado a vida das pessoas, mas o fato é que contribuiu
eficazmente para o aumento da concentração de renda nas mãos de poucos, e essa
desigualdade social perdura até os dias atuais e consiste em uma das maiores
questões sociais do nosso país.
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