sexta-feira, 2 de maio de 2014

COMO AS POLÍTICAS DE PROTEÇÃO SOCIAL FORAM VISTAS DESDE O LIBERALISMO ATÉ O ESTADO DE BEM-ESTAR SOCIAL.



Até a década de 70 a pobreza, as desigualdades e a exclusão social eram consideradas dependentes do crescimento econômico. A instituição de “sistemas” de proteção social só veio a ocorrer no final do século XIX, pois neste período as Leis dos Pobres[1] foram abolidas, e concomitantemente estavam sendo difundidas, no mundo capitalista, as ideias liberais.
Pensadores como Adam Smith e David Ricardo introduziram a tese de bem-estar coletivo: cada indivíduo buscaria, através de trocas no mercado livre e competitivo, não só os meios para sua sobrevivência, mais quaisquer bens ou serviços que desejasse. Acreditavam que as ações estatais de proteção tenderiam a inibir o interesse dos indivíduos para o trabalho. Afinal, para o pensamento liberal, a liberdade individual consistia que os indivíduos deveriam ser livres para exercer suas escolhas, ao mesmo tempo, que deveriam pagar o preço por elas.
            A partir das lutas operárias pela redução da jornada de trabalho ressurgem, no final do século XX, os sistemas de proteção social.  Buscando conter a expansão do movimento operário, bem como o amadurecimento do capitalismo industrial, a Alemanha desenvolveu os “seguros sociais” para atender seus trabalhadores das indústrias, era financiado pelo Estado, empregadores e pelos próprios trabalhadores. Um sistema baseado no mérito, era excludente e na ausência do trabalhador, por morte ou desemprego, deixava os dependentes desamparados.
             O Estado de Bem-Estar Social tem origem no Plano Beveridge[2] (governo britânico) e para Santos
pode ser definido como aquele que assume a proteção social de todos os cidadãos, patrocinando ou regulando fortemente sistemas nacionais de Saúde, Educação, Habitação, Previdência e Assistência Social; normatizando relações de trabalho e salários; e garantindo a renda, em caso de desemprego. (p.36).

            As bases do Estado de Bem-Estar Social estão alicerçadas no Keynesianismo e no Fordismo. Cujo planejamento econômico partia do Estado, que deveria investir na produção para garantir o pleno emprego. De acordo com a pesquisa de Esping-Andersen pode ser: Universalista, Corporativo e Residual, recaindo sobre cada modelo o grau de participação do Estado que implicaria nas despesas com a seguridade social.


[1] A Lei dos Pobres foi editada sob o reinado de Elizabeth I.
[2] Baseado na teoria do economista John Maynard Keynes.

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